Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
20 de Abril de 2024

Tecnologia: robôs e softwares substituem funções de advogados

há 7 anos

Tecnologia robs e softwares substituem funes de advogados

Um em cada quatro empregos conhecidos hoje deverá ser substituído por softwares e robôs até 2025 — e há quem aposte numa proporção ainda maior. O fato é que a tecnologia ameaça não apenas trabalhos braçais, mecânicos e técnicos mas também profissionais de carreiras tradicionais, como medicina, jornalismo, engenharia e, agora, direito. Os robôs estão assumindo cada vez mais funções nos grandes escritórios de advocacia — que, não é de hoje, são tocados como empresas e vivem as mesmas pressões por eficiência de qualquer negócio. “Nos próximos três anos, vamos ver outro mundo jurídico”, diz Guilherme Horn, diretor executivo da consultoria Accenture.

Os softwares de última geração não só compreendem significados como também fazem correlações. Além de analisar milhões de documentos em segundos, eles sugerem decisões a ser tomadas e alertam para qualquer mudança que possa afetar o caso. É o que o “robô” Ross faz, por exemplo. Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, com base na tecnologia de computação cognitiva Watson, da IBM, o Ross já está “trabalhando” em alguns escritórios de advocacia dos Estados Unidos. Outro exemplo é o Luminance, criado na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que promete acelerar o processo de auditoria em fusões e aquisições — quando um time completo de advogados analisa centenas de documentos complexos sobre uma empresa a ser comprada para determinar a viabilidade do negócio. Outras iniciativas, que vão de softwares de gestão de processos a plataformas virtuais de documentos e serviços ao consumidor, também estão ganhando espaço.

A possibilidade de redução de custo, obviamente, é um dos principais atrativos — no Brasil, as empresas gastam, em média, 2% de seu faturamento com litígios. Foi nesse ambiente que, em 2013, foi criada a Finch Soluções, como braço de um dos maiores escritórios do país, o JBM & Mandaliti, do interior paulista. A necessidade de automatizar procedimentos e reduzir despesas fez com que as áreas de suporte e tecnologia se unissem para desenvolver softwares que fazem em segundos o trabalho que dezenas de advogados demorariam meses — e analisa até mesmo o histórico de decisões de determinado juiz e a chance de sucesso de cada causa. O negócio deu tão certo que, em 2014, a Finch se mudou para São Paulo e começou a atuar de forma independente. “Não queremos substituir o advogado, mas dar ferramentas a ele para não perder tempo e ter o máximo de dados qualificados para tomar decisões”, diz Renato Mandaliti, um dos fundadores da Finch, que faturou cerca de 50 milhões de reais em 2016.

Assim como a Finch, outras companhias se apropriaram da tecnologia para atacar ineficiências na área jurídica. A paulista Looplex, por exemplo, padroniza e consegue diminuir para 5 mi-nu–tos a criação de uma peça jurídica de dezenas de páginas que levaria de 2 a 3 horas. A também paulista Justto faz a intermediação de impasses — casos de defesa do consumidor, por exemplo — sem que tenham de passar pela Justiça. A baiana JusBrasil, primeira startup brasileira a receber investimento de fundos, conta com um banco de dados de processos na Justiça e seu site recebe mais de 20 milhões de visitas por mês. Os aportes, que somam 10 milhões de reais de fundos como o brasileiro Monashees e o americano Founders Fund, do Vale do Silício, ajudarão a expandir o serviço de informação e busca por advogados. “Ajudamos as pessoas a encontrar um advogado, e isso chamou a atenção dos investidores”, diz Luiz Paulo Pinho, um dos fundadores da startup.

A eficiência dos robôs também tem seu preço. A contratação de assistentes virtuais mais sofisticados ultrapassa a casa do 1 milhão de reais por ano. Mas, como em outros setores, a expectativa dos empresários é que a inteligência artificial fique cada vez mais barata; e os serviços, mais acessíveis. Um mundo em que ninguém precisará se deslocar para participar de uma audiência ou para assinar documentos no cartório está mais próximo? Certamente vai levar muito tempo até que nossos abarrotados e caretas tribunais sejam transformados pela tecnologia. Mas a pressão por mais eficiência é real. O Instituto de Direito Público de São Paulo acaba de lançar o curso de extensão em ciência de dados aplicada ao direito para ensinar noções básicas de análise de dados aos advogados. “A carreira de analista e estrategista de dados deve ganhar muita relevância no meio jurídico”, diz Alexandre Zavaglia Coelho, coordenador do curso. Assim como os médicos estão se valendo de tecnologia para melhorar a qualidade de seu trabalho, os advogados também podem usar os novos serviços a seu favor — o robô, afinal, está vindo para ficar.

Fonte: Exame, via Seu Jurídico.


Leia também:

Texto com mais de 54 mil acessos: Cobrança indevida na conta de luz – saiba se sua conta vem a mais

  • Sobre o autorAdvogado, Palestrante, Professor, Produtor de conteúdo jurídico.
  • Publicações184
  • Seguidores912
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações2711
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/tecnologia-robos-e-softwares-substituem-funcoes-de-advogados/420372157

18 Comentários

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)

A culpa pela perda do prazo foi do software estagiário. continuar lendo

kkkkkkkkkk
Mas falando sério, ainda me parece muita ficção científica. E no Brasil, como tudo é possível, ainda vai ter o software ladrão! continuar lendo

A culpa nunca será do Advogado. continuar lendo

Já é difícil escolher um bom advogado, imagina ser orientado por um robô. Claro que sera usado na classe mais importante do país, a mesma que utiliza o SUS, escola e segurança pública. Para essa classe o que há de melhor e mais top de linha. Parabéns aos novos pseudo-advogados.

Obs.´. Esqueci de informar que é uma sátira. continuar lendo

https://www.ibm.com/blogs/robertoa/2016/07/a-4a-revolucao-industrial-esta-em-curso/

Udo Gollub em Messe Berlin- (Conferência da Universidade da Singularidade)

"Com o WATSON, da IBM, V. pode conseguir aconselhamento legal (por enquanto em assuntos mais ou menos básicos) dentro de segundos, com 90% de exatidão se comparado com os 70% de exatidão quando feito por humanos. Por isso, se V. está estudando Direito, PARE imediatamente. Haverá 90% menos advogados no futuro, apenas especialistas permanecerão." continuar lendo

O futuro da advocacia está na mediação de conflitos. É preciso acabar com a cultura do litígio. continuar lendo

Interessante e eficaz esse sistema que compila as decisões de um dado Magistrado e calcula a probabilidade de sua decisão favorável ou não ao pedido da parte. Economia de tempo na pesquisa de Jurisprudência. continuar lendo

Inclusive não haverá "Brechas e Recursos" devido á sua capacidade erro mínima e faria uma economia ao país gigantesca pois como sabemos somente no Brasil tem mais de 1000 faculdades de direito quase a totalidade do mundo.Este gigante é lento e muito burocrata com direito a corrupção em todos os tribunais e altos magistrados. continuar lendo